O MPL (Movimento Passe Livre), movimento que já existe há aproximadamente dez anos, protagonizou um dos maiores levantes populares da historia recente do Brasil nas ruas das cidades, o que desencadeou toda uma onda de protestos que se estenderam ao longo do mês de junho e sem data pra terminar.
Um dos grandes méritos foi o efeito "curto-circuito" que partiu da pauta de protestos contra o aumento de tarifas no transporte público e se desenrolu para outras pautas tão urgentes quanto a da tarifa de onibus urbano. Eis que surge dentro das manifestações um grito de protesto que exige o isolamento e a não participação de partidos políticos nessa luta. Ora, os próprios membros do MPL que deram origem a toda a manifestação nacional tem, em sua grande maioria, militantes de partidos políticos (maioria de esquerda, diga-se de passagem).
É claro que o próprio MPL se pautou desde o início em uma agenda plural e de frente única, sem precisar de um partido A ou B pra liderar a mobilização, mas daí, negar a participação de organizações políticas legítimas democraticamente é por si só, uma contradição e que o próprio MPL é contra. A pergunta é: COMO POSSO EXIGIR JUSTIÇA E DEMOCRACIA AGINDO DE FORMA SECTÁRIA? Ao chamar, os militantes de partidos de oportunistas, os manifestantes podem estar caindo em contradição e se colocando de forma tão reacionária e truculenta quanto a da policia nas ruas. Negar a participação de determinados grupos políticos é negar a construção democrática que tanto se almeja.
É óbvio também que toda essa indignação e decepção geral com os partidos políticos é mais do que fundamentada, ou seja tem razão de ser, mas eliminar a participação partidária do processo é inaceitável, pois é através desse instrumento de organização política que os grupos podem literalmente levantar suas bandeiras de luta trazendo à tona também a realidade que é o fato de vivermos em uma sociedade de classes antagônicas - burgueses e proletários. Sim, é isso mesmo, essa leitura tem que ser feita pelos manifestantes. Do contrário a luta fica diluída no espectro neoliberal de "cada um no seu quadrado" e a luta individualista, a competição e a mesquinharia burguesa acabam por "contaminar" todo o movimento. Nas palavras de Marilena Chauí:
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj6xVrbYlus8E_MlSF5Rw9S2WK5tzQu0KWUTjYbHy7pm622wQ0fcZmyeH3splKhx-mKBOo0mfsfhjweBaMgUiiOtNy0a2kRhzsGZBkkpJ0mJ63UB9Iy0GYWjhXITeavubwyYzj3e_6tBc4/s320/0,,16895221_303,00.jpg)
É por causa de décadas de manipulação ideológica, midiática e televisiva (Rede Globo, por exemplo) que vejo como preocupante a possibilidade do movimento deixar aflorar a conformidade com a democracia burguesa que já é essa pseudo-democracia que aí está instaurada, mas que parece ainda ter fôlego para cativar os manifestantes com a idéia de que ela (a democracia capitalista e burguesa) só precisa de algumas reformas pra ficar "mais humana" e justa; como se isso fosse possível.
Finalmente, devemos lembrar que o verdadeiro VANDALISMO QUEM FAZ É O CAPITALISMO e jamais esquecer que vivemos em uma sociedade dividida em classes com interesses antagônicos regidos pelo poder do capital global transnacional, este representado pelas elites no poder - políticos, latifundiários e o grande empresariado (inclui-se aqui as redes corporativas de televisão pertencentes a um pequeno grupo de famílias brasileiras) que tem o poder de manipular a opinião pública como sempre fez e continuará a mostrar as sua garras "mafiosas" toda vez que sentir se ameaçado ou incomodado com qualquer manifestação que distoe "democraticamente" de seus interesses particulares.
Finalmente, devemos lembrar que o verdadeiro VANDALISMO QUEM FAZ É O CAPITALISMO e jamais esquecer que vivemos em uma sociedade dividida em classes com interesses antagônicos regidos pelo poder do capital global transnacional, este representado pelas elites no poder - políticos, latifundiários e o grande empresariado (inclui-se aqui as redes corporativas de televisão pertencentes a um pequeno grupo de famílias brasileiras) que tem o poder de manipular a opinião pública como sempre fez e continuará a mostrar as sua garras "mafiosas" toda vez que sentir se ameaçado ou incomodado com qualquer manifestação que distoe "democraticamente" de seus interesses particulares.
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