domingo, 26 de fevereiro de 2012

Festa estadunidense, não brasileira.


Quando é que a gente vai aprender? Todo ano é a mesma história, a mídia oficial brasileira, particularmente a televisiva, se comporta como porta-voz do cinema americano no Brasil. Obviamente, é inquestionável o poder da indústria de cinema norte-americana , eu mesmo cresci assistindo aos filmes norte-americanos como se eles fossem o único cinema no mundo. Aliás como se fosse cinema, o que em muitos caso não é; mas essa é um outra discussão.
O problema reside no fato de estarmos domesticados e colonizados por uma lógica de mercado, nos tornamos consumidores e fãs cativos da festa dos outros. Há produções cinematográficas e prêmios internacionais de cinema (de verdade) sendo feitas em várias partes do mundo, apesar disso, nos acostumamos a enxergar o cinema estadunidense como a única referência. Os canais de TV brasileiros (uma eterna cópia da programação USA) tem grande IRresponsabilidade nessa questão, já que foram principalmente esses canais de TV que "domesticaram" nossas mentes a entender cinema da forma que entendemos de modo geral. Os contratos de décadas da TV Globo, e também do SBT por um tempo, com os estúdios hollywoodianos, nos ensinaram muito bem a curtir os ETs e os dinossauros do Spielberg.
O resultado desse "brainwash" está aí todo ano, nós fãs de pseudo-cinema, corremos pra frente da TV na expectativa de que os americanos "gostem" dos nossos filmes e assim nós possamos nos orgulhar do cinema brasileiro porque os americanos nos premiaram com um oscar de filme estrangeiro. O filme RIO é a "bola da vez", mesmo assim já vi reportagens televisivas lamentando o fato de Tropa de Elite 2 não ter sido indicado. A maior prova de que o Oscar não celebra o cinema internacional é o prêmio de FILME ESTRANGEIRO, ou seja, filme NÃO americano, ou filme não-anglófono. Numa premiação internacional, de fato não haveria necessidade de existir tal prêmio.
Ser reconhecido internacionalmente é ótimo, mas só vale a pena se for o reconhecimento dos USA? Será que um dia teremos força e vontade de nos libertar dessa lógica burra?
Para terminar com a clássica frase do evento estadunidense: TONIGHT, THE OSCAR GOES TO HELL!

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