quinta-feira, 28 de junho de 2012

PARFOR/MARABÁ NA CONTRAMÃO DA HISTÓRIA.


Caros alunos e demais colegas,
 
A decisão tomada no campus de Marabá faz com que estejamos na contramão da história. Professores do campus de Belém entre outros campi suspenderam todas as atividades; isto sim é greve de verdade! Há contradições como no caso de Altamira que já sinaliza inclusive de retomar as aulas também do intervalar, além do Parfor. Já as federais do Amapá e do Amazonas também suspenderam o Parfor.

TUDO POR DINHEIRO
Contradições a parte, a decisão da assembléia docente do campus de Marabá nos traz uma reflexão sobre a precariedade não só das nossas condições de trabalho, mas também de como o individualismo impregnado nos gestores e coordenadores, que pelo visto esqueceram que são trabalhadores, contamina também os professores que estão muito mais preocupados com seus curriculos lattes e suas carreiras individualmente e por isso, se veem seduzidos pelas bolsas de R$ 5.300,00 do Parfor (pagas em parcelas). Por causa desse dinheiro, muitos colegas abandonaram a luta, aliás muitos nunca estiveram efetivamente em greve - hipócritas! Muitos ainda se apoiaram no discurso de que os alunos do Parfor saíriam prejudicados e que os danos a sua formação seriam irrever$ívei$. Esse posicionamento foi principalmente sustentado por professores em cargos de coordenação do Parfor que na prática são diretores das faculdades do campus de Marabá - esses principalmente preocupados em não "desagradar" as coordenações em Belém, sustentaram discursos a favor do Parfor, mas na verdade já estavam cooptados pelas ordens do governo (via Capes) e por seus intere$$es particulares.


A COLETIVIDADE perdeu, o INDIVIDUALISMO venceu
É essa a realidade cruel em que nós nos encontramos. Interesses particulares de gente que nunca esteve na luta pra valer e que marcou presença na assembléia pura e simplesmente porque seu cargo administrativo poderia ser ameaçado caso o PROGRAMA PARFOR não fosse executado. Eu, na posição de coordenador do Parfor Letras Inglês, fui excessão. É  isso mesmo, quem pensa no coletivo é excessão.
Estamos sob uma mentalidade perversa de competição em que é cada um por si. Se você discorda, o problema é seu, esse cargo é meu, essa bolsa é minha e ninguém tasca. A "cegueira" do individualismo burguês corre na veia de trabalhadores assalariados que gozam de um status de nível superior e por isso não se identificam mais como trabalhadores por causa de seus títulos acadêmicos e porque se comportam no espaço público como se estivessem trabalhando em uma empresa privada e com medo de desagradar o patrão (Capes).


DECEPÇÃO
Enfim, esses são os fatos, por mais que muitos tentem mascará-los com sua retórica acadêmica por trás de sua pseudo-crítica da realidade. Fui voto vencido naquela triste assembléia em que vi muitos dos meus colegas de trabalho votarem a favor do programa do governo se vendendo por bolsas e desistindo da oportunidade de usar o PARFOR como uma bandeira de luta politizando a discussão na busca de mais uma vitória para todos os trabalhadores.

PELO COLETIVO
Finalmente, na segunda-feira (02/07), estarei lá no campus acatando a decisão coletiva, pois diferente de muitos que não sabem o que isso significa manterei minha palavra de acatar a decisão da maioria, mesmo discordando do estado de coisas.

Abraços fraternais,
Prof. Jairo Souza.

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